Professora de Libras fala sobre acessibilidade na Câmara

por Assessoria de Comunicação publicado 08/07/2017 11h18, última modificação 08/07/2017 11h18
Vereadores conversaram sobre ações municipais
Professora de Libras fala sobre acessibilidade na Câmara

Professora Rita de Cássia Sanglard defendeu a acessibilidade na tribuna da Câmara.

 

Na sessão da Câmara de quinta-feira, 6 de julho, a professora Rita de Cássia Silva Sanglard defendeu, na tribuna popular, ações mais efetivas para possibilitar a acessibilidade a quem tem algum tipo de deficiência, não só no sentido de ir e vir, mas de fazer parte da sociedade, como por exemplo, estudar e também se comunicar. Ela falou aos vereadores: “Convido todos aqui hoje para esta reflexão. O que é acessibilidade? O que podemos fazer para que estas pessoas com deficiências possam ter mais condições de ir e vir?”  Ela explicou que é preciso pensar na acessibilidade num sentido amplo. Ir e vir com segurança e autonomia são apenas alguns dos direitos que precisam ser garantidos. Rita desenvolve em Manhumirim o projeto Mãos que Falam, onde ela ensina a linguagem de sinais, mas está precisando de apoio. A professora foi à Câmara acompanhada de deficientes auditivos e contou que trabalha da Escola Doutora Conceição com adolescentes cegos e um dia viveu com eles a experiência de andar pelas calçadas da cidade: “Eu senti na pele como é difícil andar por calçadas com buracos, desniveladas, minúscula com poste em cima delas, obrigando a pessoa a andar na rua e depois voltar para a calçada. E andamos somente da Doutora até a EVEC. Precisamos tomar providências para que a acessibilidade realmente aconteça aqui.”

Entendendo os tipos de acessbilidade  

Rita disse que há a acessibilidade arquitetônica, acesso aos prédios públicos, aos locais de lazer, mas também há a atitudinal, que combate o preconceito, a discriminação e vê o deficiente como um cidadão que também tem direitos e paga seus impostos. Também há a acessibilidade comunicacional, por isto ela está tentando ampliar o conhecimento sobre a Libras aqui em Manhumirim. Tem a instrumental, os instrumentos de trabalho e de estudo adequados aos deficientes, a acessibilidade metodológica dos métodos de estudo e trabalho e na educação dos filhos e a programática que quer extinguir as políticas públicas que oferecem barreiras para a acessibilidade. Ela exemplificou mostrando o piso tátil para os cegos, que aqui em Manhumirim só tem nos bancos, os ônibus que precisam ser adaptados, o aviso sonoro para os cegos saberem quando podem atravessar uma rua e as calçadas que precisam ser feitas dentro das normas.

O projeto de Libras “Mãos que Falam” em Manhumirim

Este projeto tem um ano no Município e o objetivo é mais pessoas participarem do curso, como já fazem também algumas que não têm deficiências, para facilitar a comunicação com os surdos. “Uma pessoa surda vai ao médico e precisa falar o que está sentindo. Para o surdo estudar nas escolas, como fazer isto? Aqui em Manhumirim temos alguns intérpretes de Libras, mas ainda é pouco”, disse Rita. Ela citou situações dizendo que o surdo também pode precisar ir ao Fórum, falar com advogados, passar por abordagem policial e perguntou como as pessoas vão falar com eles. Ela contou que tem intérprete na Escola Narciso Rabelo e ela mesma na Escola Doutora Conceição, mas estão chegando mais crianças surdas nas escolas. Tem uma na escola rural e não se sabe como ela está aprendendo. “Eu conheço aqui em Manhumirim 13 pessoas surdas e alguns deles estão aqui comigo hoje. Eles representam a comunidade surda.”

As falas dos vereadores

Vereadora Ana Paula Destro: “O ano passado eu fiz indicação aqui na Câmara solicitando rampas de acesso nas calçadas. Acho seu trabalho muito importante. Temos um Código de Postura Municipal que temos que rever para saber como estão incluídos os itens sobre acessibilidade. Sua vinda aqui foi boa porque chama atenção para tratarmos deste assunto. Hoje estamos bem, mas amanhã nós mesmos podemos precisar, como você disse. ”

Vereador Jésus Aguiar: “Este prédio é o primeiro público em Manhumirim que tem acessibilidade. Quando eu fui presidente aqui economizei eu fiz as rampas de acesso e instalei um elevador. No momento ele precisa de manutenção, mas um passo importante foi dado. Tudo no início é mais difícil, mas se nos acostumarmos vamos mudar o patamar de nossa cidade em relação a este assunto. ”

Presidente Sérgio Borel: “Já reuni com o servidor e a comissão para cotação de preço e isto já está sendo olhado. Vai ser dada esta manutenção”.

Vereador Mário Júnior: “A lei diz que cada aluno tem que ter seu intérprete. Começa na escola. É um processo burocrático complicado no Estado, mas já melhorou bastante. Estamos no déficit. Penso que no Município é mais fácil resolver. O vereador Frederico Franco já pediu para ser atualizado o Plano Diretor e este projeto precisa ser enviado à Câmara pela Prefeitura. O segundo passo é já incluir a acessibilidade nas obras que estão sendo feitas de agora em diante. Aqui em Manhumirim tem uma rampa em frente à Guanabara que as pessoas estacionam carro em frente. Esta rampa teria que ser na lateral. O que pudermos fazer faremos. Os pais, os alunos têm que exigir. Se a lei dá direito a cada aluno ter um intérprete, tem que cumprir a lei. Tem alunos que não estudam porque não têm. Onde estamos incluindo este cidadão na sociedade? Venha mais vezes, vamos continuar cobrando. Veja se consegue um intérprete para quando você for falar como hoje aqui. ”

Vereador Roberto Bob: “Nossa cidade tem profissionais qualificados para se dedicar a estes alunos?”. Rita respondeu que apesar de estar começando, tem sim. “Então você pode contar conosco, pois vamos reivindicar”, disse o vereador.

Vereador Alexandre Nascimento: “Cumprimento a Rita que faz este trabalho maravilhoso. Sei que tem as leis, mas não é dado suporte e o Município tem que se adaptar com o orçamento que tem. Mas é dever nosso buscar junto à Secretaria de Educação para investir na qualificação de seus profissionais para os alunos com necessidades especiais. E quem está dentro da inclusão pode receber mais recursos. Os pais atualmente querem que seus filhos não fiquem escondidos, mas participem da sociedade.” 

Fica a mensagem da professora Rita: “Gostaria que mais pessoas conhecessem a Libras, a linguagem brasileira de sinais, porque a gente só ama o que conhece.”

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