História da Câmara e de Oswaldo Frossard

por Interlegis — última modificação 12/02/2019 10h47
A Câmara de Manhumirim começou suas atividades no dia 16 de março de 1924. De lá para cá foram muitos debates, muitas leis votadas que ajudaram a contar a história municipal com a participação dos munícipes. O Plenário recebeu o nome de Oswaldo Frossard. Conheça sua história.

 História da Câmara de Manhumirim

Primeira legislatura em 1924.A Câmara de Vereadores de Manhumirim começou oficialmente suas atividades no dia 16 de março de 1924. O primeiro presidente foi Alfredo Soares Lima, que fez uma festa em sua posse, neste dia, em frente ao 1º Paço Municipal, Rua Elias Mussi. Ele conduzia o município e atuava, também, como agente do Executivo. O Vice-Presidente foi Agenor Carlos Werner e os demais vereadores foram Sebastião Teixeira Pinto, Manoel Barros de Almeida, Hermenegildo Vieira de Gouvêa, Manoel Nunes da Rosa e Júlio Dias Rabelo. Estes homens, os pioneiros à frente das decisões municipais, ficaram na história e muitos são lembrados até hoje pelas novas gerações. A Câmara aprovava várias leis e resoluções que ajudaram a regulamentar o município. Esta legislatura atuou até 1928. A segunda legislatura da Câmara contou com alguns novos nomes, mas continuou a ser comandada por Alfredo Soares Lima.

Assim como as outras Câmaras do país, a Câmara de Manhumirim enfrentou momentos difíceis como no dia 11 de novembro de 1930, época da revolução liderada por Getúlio Vargas, quando foi baixado o Decreto nº 1938 dissolvendo as Câmaras Municipais, as Assembleias Estaduais e o Congresso Nacional, situação que durou 5 anos, até 16 de dezembro de 1935. A função das Câmaras passou a ser exercida por prefeitos nomeados por interventores federais. Finalmente, em 1934, a Constituição Federal restabeleceu o funcionamento das Câmaras. Mas a Câmara de Manhumirim recebeu um novo golpe, assim como aconteceu em todo o país. Em 1937, no Estado Novo, Getúlio Vargas suspendeu o funcionamento das Câmaras, o que durou por 10 longos anos. Em 1945, com a queda de Getúlio, a ordem constitucional foi restabelecida e foi promulgada a Constituição de 1946. No dia 10 de dezembro de 1947, às 12 horas, os novos vereadores eleitos tomaram posse, e uma sessão solene marcou o reinício dos trabalhos da Câmara de Manhumirim com a eleição de Alcides Ludgero da Silva como presidente. O prefeito eleito foi José Soares de Figueiredo, empossado no dia seguinte, dia 11, pelo presidente da Câmara. Começava um novo tempo para a Câmara de Vereadores de Manhumirim, que voltou a trabalhar com força total e nunca mais parou.

 

 

Prédio Câmara 2019 3 Prédio Câmara 2019 4

Plenário Oswaldo Frossard atualmente onde podem ser visitadas as galerias de fotos dos ex-presidentes e de outras legislaturas.

 

Galeria dos ex-presidente no Plenário Oswaldo Frossard

 Galeria dos ex-presidentes acima e os quadros com fotos dos vereadores de outras legislaturas.

Quadros fotos plenário

Plenário expõe quadros com outras legislaturas, mostrando quem foram os nomes que compuseram as cadeiras na Câmara, dando sua contribuição ao Município.

Quadro Oswaldo Frossard

Placa mostrando quando foi denominado o Plenário da Câmara. Acima, a foto doada pela família do homenageado.

 

Centenário de Oswaldo Frossard

Plenário da Câmara de Manhumirim revivendo história 

Na noite de quinta-feira, 1º de novembro de 2012, a Câmara de Manhumirim fez uma sessão solene em homenagem aos 100 anos de nascimento de Oswaldo Frossard, a quem os vereadores da legislatura 1993 a 1996 homenagearam com o nome do plenário. Falecido em 1983, ele foi uma personalidade marcante por ter sido um cidadão comum com atitudes de grandes líderes públicos. Deixou um exemplo de lutas, de idealismo, de dedicação ao meio ambiente e especialmente ao esporte. O objetivo inicial desta sessão na Câmara de lhe render homenagens e perpetuar seu nome se tornou um momento encantador de recordações de momentos, das famílias e uma aula de história sobre Manhumirim.

Convidados especiais

Comandando a sessão, o presidente da Câmara Hélio Mendonça, ao lado do prefeito Ronaldo Lopes Correa e do vice-prefeito Sebastião Tristão. Também estavam o vice-presidente da Câmara Rodrigo Soares e a secretária, vereadora Ana Paula Destro e os vereadores Alexandre Nascimento, Emily Bracks, Júlio Horst, Jésus Aguiar e Marinelsi Delgado. O vereador Márcio Vovô justificou a ausência por problema de saúde. A noite contou com a presença da prefeita eleita Darci Braga e dos vereadores eleitos, Dalbino Cler, Dário Veiga, Ivan Caetano, João Batista (João da Casa Franco), Roberto Belarmino (Bob) e Sérgio Borel. Sem falar dos vereadores mirins que também compuseram o plenário. Entre os vereadores que denominaram o plenário em 1994, Júlio Horst, José Rodrigues e Salma Maluf que leu a justificação contida na Resolução aprovada na época.

Depoimentos de Vivaldo Barbosa e Elane Frossard

O palestrante da noite foi o advogado e professor universitário Vivaldo Barbosa, genro do homenageado que recordou momentos marcantes do Município através da trajetória de Oswaldo Frossard, como a revolta da população por um serviço de iluminação pública deficiente na época e a falta de tratamento da água, causas que ele abraçou. Como disse Vivaldo: “Ele chegou até mesmo a andar pela cidade com uma garrafa de água suja para conscientizar as pessoas a não aceitar esta situação.” Ele também relembrou as lutas de Oswaldo por estradas, pelo esporte, pela educação. Foi uma aula de história que inspirou as novas gerações presentes.

A filha de Oswaldo, Elane Frossard, que trouxe o filho Pedro, falou sobre o pai com emoção recordando sua bondade, seu respeito pelo próximo e as lições que aprendeu através de seu exemplo. Ela exibiu imagens que envolveram os manhumirienses presentes, como aconteceu com uma das convidadas especiais, Tamen Rachid: “Tudo que foi mostrado eu recordei, porque vivi cada momento”, disse ela com alegria.

Esta noite na Câmara reforçou a importância de conhecermos a história passada para um futuro melhor, baseado em conhecimentos, em experiência. Vivaldo e Elane ofereceram um coquetel na Trattoria Milão depois e a noite continuou muito agradável, em clima de confraternização. Os novos eleitos puderam sentir maior responsabilidade ainda de integrarem um plenário com o nome de Oswaldo Frossard.

Você sabe quem foi Oswaldo Frossard, que a Câmara denominou o plenário em sua homenagem?

Oswaldo Frossard faleceu em 1983 e recebeu o nome do plenário da Câmara por ser uma personalidade marcante que viveu aqui em Manhumirim parte de sua vida e deixou exemplo de como ser um cidadão comum, mas ter atitudes de grande líder público. A denominação aconteceu em 1994, por Resolução aprovada pelos vereadores da legislatura 1993 a 1996. Em 1912 a Câmara comemorou o centenário de seu nascimento e vieram o advogado e professor universitário Vivaldo Barbosa, ex-deputado federal, ex- secretário de Justiça do Rio de Janeiro, convidado especial e palestrante naquela noite e sua esposa, Elane Frossard Barbosa, filha do homenageado.

Oswaldo Frossard era um lutador, um idealista, que já em sua época lutava pela proteção do meio ambiente, e deu sua vida pelo esporte aqui em Manhumirim, muitas vezes tirando dinheiro do próprio bolso para incentivar os atletas a participarem de jogos fora do Município.

Ele também ajudou na luta por um serviço de iluminação pública melhor para Manhumirim, contra a falta de tratamento da água.

Oswaldo Frossard foi um homem de fibra, inesquecível por suas ações em prol da coletividade, Por isto a Câmara deu o nome dele ao Plenário onde as leis municipais são votadas, em reconhecimento por tudo que ele fez por Manhumirim.

É importante o registro da história municipal porque é através dela que vemos construída nossa própria história.

Texto lido pela ex-vereadora Salma Maluf na sessão solene em comemoração aos 100 anos de nascimento de Oswaldo Frossard.


A Resolução Legislativa nº7, que denominou este Plenário de Plenário Oswaldo Frossard, foi aprovada no dia 10 de março de 1994. O autor foi o presidente da Câmara na época, Jairo Dutra de Carvalho. 

Assim ele disse em sua justificação: “Oswaldo Frossard, já falecido, era filho de Pedro Frossard e Dona Orlandina Augusta Frossard, sendo natural de Divino do Carangola, vindo para nossa cidade ainda jovem e aqui casado com Irene Frossard. Era pessoa de muita influencia em todos os setores de nossa cidade e, como servidor estadual, exerceu até se aposentar, o cargo de Exator ou Coletor de Tributos Estaduais.

Possuia ideias nacionalistas e lutava em todos os sentidos pela conservação da natureza e principalmente era contra qualquer tipo de desmatamento.

Como desportista autêntico fundou a ASA, Associação Sportiva Atlética, que posteriormente passou a denominar-se Grêmio Manhumiriense de Desportos e durante a sua gestão como diretor, construiu a sede própria do Grêmio e seu Estádio de Futebol.

Juntamente com outros colaboradores, fundou em 1956, a Companhia Telefônica Leste de Minas Gerais em nossa cidade e em 1958, trabalhou pela ligação da telefonia interurbana entre a nossa cidade e o resto do mundo e orgulhava-se de ser uma grande conquista para a nossa comunidade.

A maioria das estradas, na ocasião de terra, que ligavam Manhumirim às cidades vizinhas e distritos, tiveram como pioneiro o Senhor Oswaldo Frossard, basta reportarmos aos proprietários à margem das mesmas para se confirmar este idealismo.

A instalação do Armazem Regulador do I.B.C. em Manhumirim, foi fruto de uma luta incansável junto aos poderes públicos desse manhumiriense que cobrava dos políticos aquilo que a Manhumirim era de direito.

No primeiro guia ou catálogo telefônico de Manhumirim, editado em 1958, constam nas páginas 15 a 22 uma introdução com um resumo histórico de Manhumrim elaborado pelo Senhor Oswaldo Frossard, após cuidadosa pesquisa, o qual, entretanto, pela sua modéstia, como autor, fez constar apenas um pseudônimo “Aldo Sard”.

Em resumo, senhor Oswaldo Frossard foi sempre presente no nosso Município, líder por excelência e exemplar chefe de família, tendo deixado em nosso Município, marcos indeléveis, sendo, portanto um cidadão merecedor de nossas homenagens.

O Presidente Jairo Dutra ainda completa: “Muitas pessoas hoje adultas foram encaminhadas a empregos e cargos públicos graças a ajuda do nosso homenageado e a instalação da agência do Banco do Brasil em nossa cidade, foi a bem da verdade, um esforço isolado do Senhor Oswaldo Frossard junto aos órgãos do governo.”

E assim termina a Resolução aprovada: Câmara Municipal, em 10 de março de 1994, assinada por Jairo Dutra de Carvalho – Presidente e João Sanchez Ferreira, Secretário.

Capítulo do livro MEEIROS DE CAFÉ de Vivaldo Barbosa

                                            Oswaldo Frossard

Depois do Padre Júlio, a pessoa que mais idealizou, batalhou e realizou coisas e procurou soluções para Manhumirim e pela região da Serra do Caparaó, foi Oswaldo Frossard.

Oswaldo Frossard era uma pessoa singular em meio às mentes reinantes nestas terras. Possuído de uma visão superior, analisava a região como um todo, pensava os seus problemas e impasses e procurava as soluções que fossem benéficas a todos e que projetassem o futuro.  Sempre preocupado em abrir caminhos e em construir o futuro.  Ao mesmo tempo em que, com prodigiosa memória, era um historiador nato, tudo procurava saber do passado, procurava ouvir os antigos, conhecer e ler documentos, saber como as coisas e a vida haviam se desenrolado. Era daqueles que têm consciência que para se pensar o futuro há de se saber o passado. 

Por outro lado, possuía uma visão nacional e compreensão dos problemas nacionais como poucos. Leitor assíduo dos jornais, mesmo com o atraso com que chegavam, e ouvinte de rádio, procurava estar a par de tudo o que se passava.  Com isto, sabia das coisas do mundo, do que se passava, como e porque se passava, sabia sobre o comércio e economia mundiais e sobre o jogo político internacional. Tinha como interlocutor assíduo o Luís Nunes, descendente do grande Phillipe Pinel, que também compreendia como poucos de economia e comércio nacional e internacional, embora extremamente controvertido e contraditório na vida comercial e pessoal.

Era patriota e nacionalista arraigado. Era getulista fervoroso e tinha posição política clara, engajada, de esquerda.  Vibrava com os acontecimentos nos países socialistas. Dizia sempre que a influência maior que recebera era do pai, Pedro Frossard. 

Oswaldo Frossard nasceu no Divino do Carangola em 1912, filho de Pedro Frossard e Inhá-Inhá Antunes. Viveu seus primeiros anos entre Divino e Carangola.  Melhor, entre muitos lugares, pois seu pai vivia mudando de um lugar a outro. Em meio às mudanças, fez os estudos primários. Para estudar, morou com os avós João Frossard e Thereza Louback em Carangola.  Fez apenas o curso primário.  Os que com ele conviveram e percebiam sua sabedoria sobre as coisas em geral, admiravam-se do fato de que havia cursado apenas o primário.

Cedo veio para Manhumirim e cedo começou a trabalhar fora como empregado. Foi caixeiro de loja, como se dizia, vendeu seguros até que entrou para o serviço público na Secretaria da Fazenda do Estado, foi trabalhar na Coletoria Estadual onde chegou a Coletor.

Oswaldo Frossard era aficcionado por esportes e tinha um imenso coração flamenguista.  Como o esporte não era bem organizado em Manhumirim, tratou de melhor organizá-lo. Com apenas vinte anos de idade, em 1932, mobiliza as pessoas mais ativas da cidade e organizam a Associação Sportiva Atlética – ASA. Fundam a ASA com ele, em 5 de julho de 1932, o Dr. Emílio Khede, Aristides Soter Braga, Afonso Starling, Noé Santos Maia, Oswaldo Vidal, Namir Guimarães, Afonso Albuquerque, Cláudio Borchio, Renato Lima, Luiz Serrato e outros. 

A ASA dedica-se ao basquete e ao vôlei, para rapazes e moças. Em foto de 24 de julho de 1932 aparecem trinta e três atletas, dentre os quais diversos que tiveram papel de destaque na vida social, política e econômica da cidade, como Fifi, Pedro Raeli, Lulu Albuquerque, Álvaro Vidal, Humberto Maroni, Pedro Montalvão, Genoveva Khede e outros. Na própria família, envolveu os irmãos Waldyr e João (o João Bolão) e os primos Demerval, que foi técnico de vôlei das moças, o João Bananeira, grande atleta, e Olinda, Célia e Noemi.

A ASA construiu o próprio campo, tendo Oswaldo mandado buscar cupins nas redondezas para fazer o piso de terra, que ficou uma perfeição, no dizer de muitos. Teve a iluminação inaugurada em 19.11.34.  Em 1938, disputou o campeonato estadual de basquete, em Belo Horizonte.

Oswaldo Frossard planejou construir o Estádio ASA com arquibancadas, quadras para basquete e vôlei, campo para tênis, ringue para patinação, piscina, parque infantil, com todas as quadras iluminadas.  Chegou a arranjar o terreno na entrada da cidade.[1]  

Além das atividades na ASA, Oswaldo foi ser técnico de futebol do juvenil do Minas Clube, o time de futebol da cidade, que resultara da fusão do Manhumirim Futebol Clube com o Manhumirim Sport Clube.  Oswaldo queria preparar os valores jovens para projetá-los.  Pouco tempo depois, Oswaldo Frossard, juntamente Pedro Tasca, Cláudio Borchio e Emílio  Khede, assumem a direção do Clube.[2]

Em 1950, Oswaldo Frossard, sentindo limitação para execução de seus projetos, fundou o Clube Atlético Manhumirinhense, fazendo surgir uma nova geração de jogadores com os outros que trouxe do Minas. Foi o técnico do time, criou a camisa que era praticamente cópia da camisa do Flamengo, buscou no Rio aparelhos e procurou estudar novas técnicas de treinamento para transmití-las. Procurou estimular os melhores talentos a irem jogar nos grandes clubes do Rio. Levou Abdala e Ismael, os melhores da cidade, para jogarem no Fluminense. Ismael jogou por muito tempo, mas Abdala não pôde ficar por problemas de audição.

Oswaldo procurou trazer os juvenis e alguns astros dos grandes clubes de Belo Horizonte e do Rio. Principalmente do Flamengo, naturalmente. Aqui esteve Zagalo, o já veterano Domingos da Guia, Babá, Henrique, Newton Canegal, zagueiro da Seleção, e do Vasco, Edmur, Jansen e o famoso Vavá.[3]

O campo em que treinavam e jogavam era no Isidoro, um campo cercado de folhas de zinco, conhecido como o campo do zinco.  Oswaldo Frossard procurou um terreno para construir um estádio de futebol e conseguiu. Trouxe técnicos em construção de gramado do Rio, esmerou-se na preparação do terreno e da grama. Produziu um belo gramado que as pessoas gostavam de ir ver. Segurou o gramado sem jogos por muito tempo, até que a grama se consolidasse.  Certa feita, ao visitar o gramado, verificou que o fazendeiro vizinho havia colocado alguns bois para pastar e baixar a grama. Esbravejou de indignação. Quanta decepção. Nesta altura, foi feito um movimento para fundir o Atlético com o Minas, o que se concretizou, surgindo o Grêmio Manhumirinhense de Desportes.  Algo chocado com o episódio dos bois, Oswaldo Frossard cedeu a presidência ao Dr. Emílio Khede, mas permaneceu na diretoria.

O estádio foi concluído, embora parcialmente.

Sobre a dedicação, entusiasmo, idealismo e o papel de Oswaldo Frossard no esporte nos diz o Doutor Cabral:

            “É difícil se ver pessoa com o interesse e a dedicação que Oswaldo Frossard tinha pelo esporte na cidade. Ele deu o seu incansável entusiasmo e idealismo ao futebol e, com essa dedicação, perdeu quase tudo que tinha, inclusive propredades, que “jogou” dentro do esporte. Em toda sua vida, o esporte foi uma de suas paixões, e o seu nome se inscreve na história esportiva de Manhumirim como um dos seus grandes benfeitores”. [4]

As obras do Padre Júlio, as realizações de Oswaldo Frossard no esporte e o forte comércio de café, davam auto-estima ao povo da região do Caparaó, revelavam no inconsciente de todos a grande obra que as gentes de tantos lugares que para aqui vieram haviam realizado. Neste ângulo, ainda o Dr. Cabral se manifesta sobre Oswaldo Frossard:

            “Nesse contexto que ele atuava, como homem extraordinário no campo esportivo, criando uma constante vida esportiva local, a ponto de levar a cidade a se projetar no Estado” [5]                                                                                                                                         Outras atividades de interesse público

Em finais de 1938, Oswaldo Frossard procura dar corpo a sonho que vinha acalentando: uma ligação rodoviária com a Rio-Bahia, recém aberta pelo Presidente Getúlio Vargas, passando por Divino.  O Dr. Ofir Costa, Engenheiro Agrônomo e alto funcionário de Ministério da Agricultura, estusiama-se com a idéia e concebe o projeto. É fundado o Movimento Pró-Rodovia Manhumirim-Presidente Soares-Divino-BR-4, sob a direção do Dr. Ofir Costa, com a ajuda do Prefeito Manuel Nunes da Rosa, o Manuel Manduca.  São realizadas diversas campanhas, todas frustradas. Em 1951, Oswaldo Frossard assume a direção do Movimento e realiza diversas campanhas, em 1951, 1954, 1956, 1957 e 1958. Em 1956 é obtida uma verba no orçamento federal pelo Dep. Guilhermino de Oliveira. Em 1957, foi incluída a rodovia no Plano Rodoviário Estadual, graças ao trabalho de Dep. Estadual José Soares de Figueiredo. Organiza um conclave intermunicipal em fevereiro de1958, forma a Comissão Intermunicipal Manhumirim-Presidente Soares-Espera Feliz e Divino, e obtém do Governador Bias Fortes e do Diretor do DER sua inclusão no Plano Especial de Pavimentação.

Em 1950, Oswaldo Frossard, com apoio de Teófilo Tostes, realiza o Movimento Pró-Rodovia Manhumirim Martins Soares (Pouso Alegre). 

Em 1951, volta a batalhar pela Praça de Esportes e obtém, com o apoio do Prefeito Cláudio Miranda de Carvalho, do Governador Juscelino Kubitscheck a autorização da praça, juntamente com a construção do Fórum e da Delegacia-Cadeia.

Em 1952, lidera o movimento pela instalação de agência do Banco do Brasil na cidade. 

Em fins de 1954, inicia, juntamente com Dr. Benício e Luís Nunes, estudos, de forma secreta, para construção de rede telefônica na região. Tinham preocupação com as dificuldades e adversidades que poderiam encontrar pela frente.  Anteriormente, Vicente Farani instalou telefones em algumas fazendas e em alguns lugares na cidade, através de concessão obtida. Não prosperou e o serviço foi abandonado. Nos estudos secretos, concluíram que a concessão caducara.  Assim, em 26 de dezembro de 1955, fundam, juntamente com diversos outros, a Cia. Telefônica Leste de Minas Gerais – CTLMG.  Em primeiro de maio de 1956 contrata com a SIEMENS a importação de equipamentos e a instalação da rede telefônica.  Em 17 de julho, obtém a concessão dos serviços com a Prefeitura. Em fevereiro de 1958 obtém da Cia. Telefônica de Minas Gerais a ligação interurbana para Manhumirim e Divino.

Em março de 1958 a Diretoria do Banco do Brasil decidiu instalar a Agência do Banco do Brasil, com a interveniência dos Deputados Tancredo Neves e Guilhermino de Oliveira.

Em abril deste mesmo ano, são iniciadas as obras da Rodovia até Divino, já agora com o projeto ampliado de Mutum até Divino.

Mobilizou a população por uma estação de tratamento d’água para a cidade. Andava pelas ruas com uma garrafa de água da torneira, suja, e pedia a todos para não pagarem a conta d’água.

Fez movimentos, também, contra a Cia. de Força e Luz, diante dos péssimos serviços de luz, muito fraca, especialmente à noite, com muitas e longas interrupções. Á noite, não se podia ler, não se podia ter aulas. Reuniu todas as principais figuras da cidade, de todas as correntes políticas. Foi tão forte o movimento que deu em quebra-quebra, ficando um longo tempo sem fornecimento de luz.

Em 1962, obtém de seu correligionário Presidente João Goulart, um colégio cenecista para Manhumirim e o instalou no Roque.   


[1] Dr.Cabral, id. p.154/158

[2] id.p.240

[3] Id. p.244

[4] Id. p.244

[5] id. p.245